Saltar para o conteúdo

Norah Lange

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Norah Lange
Norah Lange
Nascimento Nora Lange
23 de outubro de 1905
Buenos Aires
Morte 5 de agosto de 1972 (66 anos)
Buenos Aires
Sepultamento Cemitério da Recoleta
Cidadania Argentina
Progenitores
  • Gunnar Lange
Cônjuge Oliverio Girondo
Ocupação escritora

Norah Lange (Buenos Aires, 23 de outubro de 1905Buenos Aires, 4 de agosto de 1972) foi escritora e poeta argentina.[1][2]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Norah[3] Lange nasceu em Buenos Aires em 23 de outubro de 1905, filha do engenheiro e geógrafo norueguês Gunnar Anfin Lange e da irlandesa-norueguesa Berta Juana Erfjord. Norah passou a infância em Mendoza e completou seus primeiros estudos em inglês, geografia, história e religião com Miss Whiteside, uma governanta inglesa.[4][5] A sua educação, que começou de forma privada, continuou numa escola local, onde aprendeu a dominar seis idiomas.[6] Em 1934, Norah fica noiva de Oliverio Girondo, com quem em 1937 vai a morar em uma casa na rua Suipacha, onde passaria grande parte do resto de sua vida. Girondo, quinze anos mais velho que ela, pertencia a uma família rica que lhe permitiu, desde muito jovem, estudar na Europa e viajar para diferentes partes do mundo.[7] Foi um dos fundadores da revista Martín Fierro e da editora Sudamericana, formou-se em Direito em Buenos Aires.[8] Em 1961 o marido de Norah sofre um acidente cujas consequências sofreria até o fim de seus dias. Em 24 de janeiro de 1967, Oliverio faleceu em Buenos Aires e foi sepultado no Cemitério da Recoleta.[9] Em 1970, Norah saiu da casa na rua Suipacha e doou cerca de 500 livros que pertenciam à biblioteca de seu marido ao Museu Isaac Fernández Blanco de Arte Hispano-Americana.[10][11] Norah Lange faleceu em 4 de agosto de 1972, cinco anos após a morte de seu marido, e foi sepultada com ele no Cemitério da Recoleta.[12]

Obra[editar | editar código-fonte]

Norah Lange participou ativamente da vanguarda literária argentina entre as décadas de 1920 e 1930, ligada primeiro ao Grupo Florida, com escritores e poetas como Oliverio Girondo, com quem se casou em 1943, Leopoldo Marechal e Jorge Luis Borges.[13] Na década de 1920 estreou nas revistas ultraístas Prisma, Proa e Martín Fierro (1924-1927) e publicou três livros de poemas, seguidos nas décadas seguintes por vários romances[14] e uma coletânea de discursos. Nesse mesmo período, Lange ganhou o título de "musa dos ultraístas". Edwin Williamson, em sua biografia sobre Jorge Luis Borges, afirma que Norah Lange, por quem o escritor teria se apaixonado, desempenhou um papel central como sua musa. No entanto, Norah se interessou pelo poeta Oliverio Girondo, a quem ele mesmo apresentou a ela em 1926. Segundo o biógrafo, isso representou para Borges um dos acontecimentos mais traumáticos de sua vida.[15][16][17] Norah também inspirou o poeta e escritor argentino Leopoldo Marechal, que a imortalizou em Adán Buenosayres no personagem Solveig Amundsen.[18] Em entrevista de 1965, Norah admitiu a importância que sua relação com Borges e seu futuro marido Oliverio Girondo representava para sua obra: "Devo a duas pessoas o que há de valor em minhas obras: a Jorge Luis Borges, os anos de minha iniciação na literatura; a Oliverio, para o resto da minha vida. Se eu não os tivesse conhecido, tenho certeza de que meus trabalhos seriam muito diferentes do que são".[19]

Entre 1925 e 1930 a escritora compôs três livros de poesia. O primeiro, La calle de la tarde (1925), escrito aos vinte anos sob o nome de Nora Lange (sem o "h" final), foi publicado com prólogo de Jorge Luis Borges, posteriormente republicado como ensaio no primeiro livro de prosa do escritor argentino, Inquisiciones (1925),[20] e a capa ilustrada por sua irmã, Norah Borges. Sua tia, Maria Estela Erfjord, era esposa de Francisco Eduardo Borges, tio paterno do escritor e filósofo Jorge Luis Borges.[21][22] Esse vínculo familiar aproximou os dois escritores do meio literário argentino. Norah Lange publica as coletâneas de poesia Los días y las noches[23] em 1926 e El rumbo de la rosa em 1930. Em outubro de 1927, a autora publica seu primeiro romance, Voz de la vida (1927), em formato epistolar, inspirado em seu relacionamento com Oliveiro Girondo. Na época a obra teve uma boa recepção no círculo de intelectuais martinfierristas,[24] mas foi alvo de uma crítica muito negativa por parte do jornalista e escritor socialista argentino Ramón Doll que criticou a obra nas páginas da revista cultural Nosotros usando argumentos estéticos e morais.

No final do ano de 1927, Norah viajou para Oslo, Noruega, para visitar sua irmã Ruth, que havia se tornado mãe. Na viagem, ela era a única mulher num navio mercante, meio de transporte escolhido por razões econômicas e por recomendação do seu cunhado norueguês, que a confiou à guarda do capitão do navio. A viagem a Oslo serviu de inspiração para o segundo livro em prosa da escritora, 45 días y 30 marineros, publicado alguns anos depois.[25] O romance era visto como um romance picaresco feminino, uma espécie de elaboração da experiência ultraísta,[26] uma alegoria do lugar ocupado pela escritora dentro do grupo martinfierrista. A foto de grupo tirada na festa organizada por Norah por ocasião da publicação de 45 días y 30 marineros fortaleceria esta leitura: Federico García Lorca e Pablo Neruda, em visita a Buenos Aires naquele período, Amado Villar, Jorge Larco e outros amigos do circuito vanguardista, posaram vestidos de marinheiros, enquanto Norah, no centro da foto, usava fantasia de sereia.[27][28]

Em 1937, Norah publicou Cadernos de infância, que marcou uma virada em sua carreira.[29] Em Cadernos de infância, a autora deu lugar a uma voz mais intimista e reflexiva com grande atenção aos detalhes. A estrutura do texto é descontínua, digressiva e fragmentada, as indicações temporais são muito vagas, quase inexistentes, e as memórias são recompostas arbitrariamente.[30] Para alcançar o rigor da palavra certa, Norah dedicou a este livro oito horas por dia, sob a supervisão do marido Oliverio Girondo. Embora tenha definido as suas duas primeiras obras em prosa como "exercícios de treino",[31] a autora declarou numa entrevista que Cadernos de infância foi o livro que mais lhe custou escrever.[32]

Nas décadas de trinta e quarenta, Norah Lange também desempenhou um papel central como organizadora dos encontros e celebrações dos membros da revista Martín Fierro. Norah preparou cuidadosamente discursos dedicados a figuras ilustres, declamados diante do público de participantes. Reunidos em 1942 no volume Discursos e posteriormente ampliado em 1968 na obra intitulada Estimados congéneres, seus dircursos revelam um estilo e um carácter completamente distintos das restantes produções em prosa.[33][34]

Em outubro de 1944 foi publicado Antes que mueran, uma espécie de diário íntimo em que foram retomados alguns episódios da infância e da puberdade da escritora narrados em Cadernos de infância, estendendo-se até a idade adulta. A investigação do mundo psíquico da protagonista é desprovida de qualquer dimensão espacial e temporal e carece de enredo definido: a autora não está interessada em contar uma história, mas sim experiências individuais de seu mundo interior.[35]

Na década de 1950, Norah Lange publicou dois romances, Personas en la sala (1950) e Los dos retratos (1956), que apresentam famílias compostas predominantemente por mulheres.[36] Os narradores são adolescentes comprometidos em compreender o passado e o presente através do ato de observação.[37]

Lista de obras[editar | editar código-fonte]

Coletânea de poesia[editar | editar código-fonte]

  • La calle de la tarde (1925)
  • Los días y las noches (1926)
  • El rumo de la rosa (1930)

Romances[editar | editar código-fonte]

  • Voz de la vida (1927)
  • 45 días y 30 marineros (1933)
  • Cuadernos de Infancia (1937)
  • Antes de que mueran (1944)
  • Personas en la sala (1950)
  • Los dos retratos (1956)
  • El cuarto de vidrio (2006)

Discursos[editar | editar código-fonte]

  • Discursos (1942)
  • Estimados congéneres (1968)

Obras traduzidas para o português[editar | editar código-fonte]

Prêmios e reconhecimentos[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Maestros, Biblioteca Nacional de Maestras y (23 de outubro de 2018). «23 de octubre: aniversario del nacimiento de Norah Lange (1905-1972)». Noticias BNM (em espanhol). Consultado em 30 de junho de 2024 
  2. «Mujeres escritoras. Norah Lange: vanguardista, impulsora del ultraísmo y creadora de textos fantásticos». La Izquierda Diario - Red internacional (em espanhol). Consultado em 30 de junho de 2024 
  3. Ao nome dado a ela por seus pais, Nora, a escritora acrescentou a letra final 'h' na década de 1920, por sugestão do poeta espanhol Guillermo de Torre, futuro marido da pintora Norah Borges, que ela conheceu por meio de seu irmão Jorge. "Ele me convenceu de que o 'h' era como uma pluma que dava mais destaque às duas sílabas insignificantes". A variação ortográfica 'Norah' aparece pela primeira vez no segundo livro de poemas Los días y las noche (1926) (Nobile, 1968, p. 13).
  4. (Patruno, p. 12).
  5. Dolores Comas de Guembe (1999). «La niñez mendocina de Norah Lange en Colonia Alvear». Piedra y Canto (em espanhol). 5. ISSN 0328-1094 
  6. (Unruh, 2006, p. 72).
  7. «Oliverio Girondo | Modernist, Surrealist, Innovator | Britannica». www.britannica.com (em inglês). 3 de maio de 2024. Consultado em 28 de junho de 2024 
  8. «Biografía de Oliverio Girondo - Oliverio Girondo». Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes (em espanhol). Consultado em 28 de junho de 2024 
  9. Montoya, Leydy (24 de setembro de 2018). «Oliverio Girondo». Historia y biografía de (em espanhol). Consultado em 30 de junho de 2024 
  10. «Oliverio Girondo & Norah Lange - Sitio Oficial de Girondo Oliverio & Norah Lange». www.girondo-lange.com.ar. Consultado em 30 de junho de 2024 
  11. «Servicios | Buenos Aires Ciudad - Gobierno de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires». buenosaires.gob.ar. Consultado em 30 de junho de 2024 
  12. Catta, Victoria (4 de agosto de 2022). «Medio siglo sin la fantástica Norah Lange». Primeira Edicion. Consultado em 30 de junho de 2024 
  13. Maniscalco, Anna (25 de julho de 2020). «"Figure nel salotto": lo sguardo creatore di Norah Lange». ilLibraio.it (em italiano). Consultado em 28 de junho de 2024 
  14. «Mujeres escritoras. Norah Lange: vanguardista, impulsora del ultraísmo y creadora de textos fantásticos». La Izquierda Diario - Red internacional (em espanhol). Consultado em 30 de junho de 2024 
  15. Edwin Williamson (2004). Borges: the biography (em inglês). [S.l.]: Viking. ISBN 9780670885794 
  16. Williamson, Edwin (11 de setembro de 2004). «Moth to the flame». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 28 de junho de 2024 
  17. «Biógrafo: 'Combati o mito de Borges como homem sem vida' | VEJA Meus Livros». VEJA. Consultado em 30 de junho de 2024 
  18. Jason Wilson (2006). Jorge Luis Borges (em inglês). [S.l.]: Reaktion. pp. 76-77. ISBN 9781861892867 
  19. (Nobile, 1968, p. 21).
  20. Jorge Luis Borges (1925). Norah Lange. Inquisiciones (em espanhol). [S.l.]: Proa. pp. 76–78 
  21. «Borges Haslam, Francisco Eduardo». University of Pittsburg (em inglês). Consultado em 24 agosto 2021 
  22. (Nobile, 1968, p. 11).
  23. Jason Wilson (2006). Jorge Luis Borges (em inglês). [S.l.]: Reaktion. pp. 76-77. ISBN 9781861892867 
  24. (Mizraje, 1999, pp. 224-226).
  25. María Cecilia Ferreira Prado (2017). «45 días y 30 marineros, un viaje autobiográfico, de Norah Lange». Estudios Humanísticos. Filología (em espanhol). 39 
  26. (Molloy, 2005, pp. 17-18).
  27. (Unruh, 2006, p. 79).
  28. (Legaz, p. 14).
  29. (Molloy, 1991, p. 127).
  30. (Unruh, 2006, pp. 83-88).
  31. (Nobile, 1968, p. 18).
  32. Dolores Comas de Guembe (1999). «La niñez mendocina de Norah Lange en Colonia Alvear». Piedra y Canto (em espanhol). 5. ISSN 0328-1094 
  33. César Aida. «A Second Birth: Argentine Master Norah Lange Gets Her Due» (em inglês). Consultado em 30 agosto 2021 
  34. María Cecilia Ferreira Prado (2017). «Luces femeninas en Estimados congéneres, de Norah Lange». Letral (em espanhol) (19) 
  35. Walch, Louis (6 de agosto de 2018). «A Second Birth: Argentine Master Norah Lange Gets Her Due». Words Without Borders (em inglês). Consultado em 30 de junho de 2024 
  36. Nora Domínquez osserva come negli ultimi tre romanzi la scena si svolga in un mondo "senza uomini, dove le donne sono rinchiuse nelle loro case". Cfr.: «Literary Constructions and Gender Performance in the Novels of Norah Lange». Latin American Women's Writing: Feminist Readings in Theory and Crisis (em inglês). [S.l.]: Clarendon Press. 1996. pp. 30–45. ISBN 0-19-871513-7 
  37. (Molloy, 2005, pp. 25-26).
  38. James Reith (2 de agosto de 2018). «Norah Lange: finally, 'Borges's muse' gets her time in the spotlight». The Guardian (em inglês) 
  39. a b (Hermida, 1997, p. 119).

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Textos citados[editar | editar código-fonte]

  • Adriana Astutti; Nora Domínguez, eds. (2010). Promesas de tinta: Diez ensayos sobre Norah Lange (em espanhol). Rosario: Beatriz Viterbo Editora 
  • María Cecilia Ferreira Prado (2018). «El retrato y sus galerías interiores: lo fantástico-extraño en Personas en la sala, de Norah Lange». Monteagudo (em espanhol) (23): 187-207 
  • Carola Hermida (1997). «Cuadernos de Infancia de Norah Lange: convertir la propia historia en literatura». CELEHIS: Revista del Centro de Letras Hispanoamericanas (em espanhol) (9): 117-132. Consultado em 5 de dezembro de 2021 
  • María Elena Legaz (1999). Escritoras en la sala: Norah Lange imagen y memoria (em espanhol). Córdoba: Alción Editora 
  • María Elena Legaz (2015). «Norah Lange y 45 días y 30 marineros: en camino de encontrar su voz». In: Norah Lange. 45 días y 30 marineros (em espanhol). Buenos Aires: InterZona editora. pp. 11–25 
  • Marta López-Luaces (2001). «Norah Lange: la fundación de un espacio». Ese extraño territorio: la representación de la infancia en tres escritoras latinoamericanas (em espanhol). [S.l.]: Editorial Cuarto Propio. pp. 31–64 
  • Marisa Martínez Pérsico (2013). Tretas del hábil. Género, humor e imagen en las páginas ultraístas y post-ultraístas de Norah Lange (em espanhol). Murcia: Editum 
  • María Esther de Miguel (1991). Norah Lange: Una biografía (em espanhol). Buenos Aires: Planeta 
  • María Gabriela Mizraje (1999). «Norah Lange. Fuego de sirena». Argentinas de Rosas a Perón (em espanhol). [S.l.]: Biblos. pp. 189–229 
  • Silvia Molloy (1991). «A Game of Cutouts: Norah Lange's Cuadernos de Infancia». At Face Value. Autobiographical Writing in Spanish America (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. pp. 126-135 
  • Sylvia Molloy (2005). «Prólogo. Una tal Norah Lange». Norah Lange. Obras completas. Tomo 1 (em espanhol). Rosario: Beatriz Viterbo Editora. pp. 9–28 
  • Javiee Navascués-Martín (1997). «Las miedosas memorias de Norah Lange». Anales de literatura hispanoamericana (em espanhol). 26 (2): 419-429. Consultado em 3 de setembro de 2021 
  • Beatriz de Nobile (1968). Palabras con Norah Lange (em espanhol). Buenos Aires: Carlos Pérez Editor 
  • Luigi Patruno (2015). «Lo scarto autobiografico. Norah Lange e l'avanguardia argentina». In: Norah Lange. Infanzia. Lecce: Pensa Publimedia. pp. 5–16 
  • Marta Sierra (2015). «Norah Lange's Unhomely Homes» (PDF). Cuaderno Internacional de Estudio Humanisticos (em inglês) (22): 32-41. Consultado em 11 de setembro de 2021 
  • Vicky Unruh (2006). Performing Women and Modern Literary Culture in Latin America: intervening acts (em inglês). Austin: University of Texas Press 

Enciclopédias[editar | editar código-fonte]

  • Adriana Amante (2004). «Lange, Norah Berta». In: Daniel Balderston, Mike Gonzalez. Encyclopedia of twentieth-century Latin American and Caribbean literature, 1900-2003 (em inglês). London: Routledge. p. 298 
  • Alice Edwards (2008). «Lange, Norah». In: André, María Claudia e Eva Paulino Bueno. Latin American Women Writers: an Encyclopedia (em inglês). London: Routledge. pp. 267-268 
  • K.M. Sibbald (1997). «Lange, Norah». In: Verity Smith. Encyclopedia of Latin American Literature (em inglês). Oxford: Fitzroy Dearborn Publishers. pp. 863–867 

Leitura recomendada[editar | editar código-fonte]

  • María Luisa Gil Iriarte (1999). «La escritura de Norah Lange, un ejercicio de libertad». In: Trinidad Barrera. Revisión de las vanguardias: actas del seminario, 29 al 31 de octubre de 1997 (em espanhol). Roma: Bulzoni. pp. 121–134 
  • Nisbet Lindstrom (2004). «Norah Lange: Presencia desmonumentalizadora y femenina en la vanguardia argentina». Las vanguardias literarias en Argentina, Uruguay y Paraguay (em espanhol). Madrid: Iberoamericana. pp. 279–294 
  • Liliana María Naveira (2004). Jean Rhys y Norah Lange: la escritura del exilio como fantasma del desarraigo (em espanhol). [S.l.]: Martín 
  • Camilla Sutherland (2018). «"El sitio más cómodo y propicio para vigilar la otra": spaces of childhood in the work of Norah Lange». In: Philippa J Page; Inela Selimović; Camilla Sutherland. The Feeling Child: Affect and Politics in Latin American Literature and Film (em inglês). Lanham: Lexington Books