Aterro do Flamengo
Parque Brigadeiro Eduardo Gomes
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Vista aérea do parque, que faz parte dos bairros da Glória e do Flamengo[1] | |
Localização | Rio de Janeiro, RJ, ![]() |
Tipo | Público |
Área | 1 200 000 metros quadrados |
Inauguração | 17 de outubro de 1965 |
Administração | Prefeitura do Rio de Janeiro |
Aterro do Flamengo é um complexo de lazer da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Foi construído sobre aterros sucessivos na baía de Guanabara. O parque estende-se do Aeroporto Santos-Dumont, no bairro do Centro, ao início da Praia de Botafogo, na zona sul, possuindo duas áreas distintas: a primeira, no bairro da Glória, sedia o Museu de Arte Moderna (MAM), o Monumento Aos Mortos da II Guerra Mundial, a Marina da Glória, o Memorial Getúlio Vargas, o Cine Glória, o Monumento a Estácio de Sá, a casa de shows Vivo Rio, a Avenida Infante D. Henrique, um restaurante e a pequena Praia da Glória, essa região é chamada Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, o qual é o nome oficial do complexo. A segunda, separada da primeira por um pequeno quebra-mar localiza-se no bairro do Flamengo, e possui quadras destinadas à prática de esportes, o Museu Carmen Miranda, a Avenida das Nações Unidas e a Praia do Flamengo, sendo chamada propriamente de Parque do Flamengo. Em sua configuração atual, o parque foi inaugurado em 17 de outubro de 1965, com 1 200 000 metros quadrados.
História[editar | editar código-fonte]
![](http://chped.net/https/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/2c/Werner_Haberkorn_-_Av._Beira-Mar_-_Rio_de_Janeiro_-_Brasil.jpg/220px-Werner_Haberkorn_-_Av._Beira-Mar_-_Rio_de_Janeiro_-_Brasil.jpg)
![](http://chped.net/https/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4d/Constru%C3%A7%C3%A3o_do_Aterro_do_Flamengo%2C_1959.tif/lossy-page1-220px-Constru%C3%A7%C3%A3o_do_Aterro_do_Flamengo%2C_1959.tif.jpg)
![](http://chped.net/https/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/8c/Constru%C3%A7%C3%A3o_do_Aterro_do_Flamengo%2C_1960.tif/lossy-page1-220px-Constru%C3%A7%C3%A3o_do_Aterro_do_Flamengo%2C_1960.tif.jpg)
![](http://chped.net/https/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ed/Aterro_do_Flamengo%2C_1962.tif/lossy-page1-220px-Aterro_do_Flamengo%2C_1962.tif.jpg)
A zona do Aterro do Flamengo deve ser vista como parte integrante de um plano maior cujo objetivo era articular e melhorar o tráfego entre as zonas sul, centro e norte, juntamente com o desmonte do Morro Santo Antônio, a Avenida Perimetral e o Túnel Rebouças. Estas ideias fundamentais para o urbanismo do Rio de Janeiro vinham sendo maturadas desde o Plano Agache (1927-1930). Nas diferentes soluções urbanísticas elaboradas pelo Departamento de Urbanismo para a cidade, o arquiteto Affonso Eduardo Reidy teve um papel fundamental, atuando desde 1929, como estudante assistente de Alfred Agache e depois como diretor do departamento, a partir de 1947, e mais efetivamente ao retomar suas propostas de urbanização do Aterro, a partir de 1961.[2]
Aterros preliminares[editar | editar código-fonte]
No trecho hoje ocupado pelo Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, a orla original apresentava uma conformação recortada, com pequenas enseadas aqui e ali, como a Praia do Russel (na altura do atual Hotel Glória), ou o Saco do Alferes. As primeiras obras de aterramento da região remontam ao início do século XX, quando foram construídas a Avenida Beira-Mar, a Praça Paris e a Avenida da Praia do Flamengo. O desmonte gradual do Morro do Castelo forneceu material para novos aterros na região central, como o do Aeroporto Santos-Dumont.
Na década de 1950, com as rochas do desmonte do Morro de Santo Antônio, foi iniciada a construção de um enrocamento que começava na Ponta do Calabouço, continuava na região da Glória e seguia numa faixa estreita mar adentro até curva do Morro da Viúva, formando uma laguna que, finalmente, foi aterrada. O aterro (assim chamado) foi usado nos eventos do Congresso Eucarístico|Internacional de 1955. Mais tarde, a área foi ocupada pelo Museu de Arte Moderna (1958) e pelo Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (1960).
Parque Eduardo Gomes[editar | editar código-fonte]
![](http://chped.net/https/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/89/Aterro_do_Flamengo_.jpg/220px-Aterro_do_Flamengo_.jpg)
![](http://chped.net/https/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f7/Aterro_do_Flamengo_visto_a_partir_do_morro_da_Urca.jpg/220px-Aterro_do_Flamengo_visto_a_partir_do_morro_da_Urca.jpg)
![](http://chped.net/https/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/2/29/Entrada_do_Museu_Carmen_Miranda.jpg/220px-Entrada_do_Museu_Carmen_Miranda.jpg)
Anos depois, foi executada a parte principal do aterro. O entulho retirado do morro foi sendo despejado no mar, formando, desde o pontal do Calabouço até o Morro da Viúva, uma comprida restinga de pedras dispostas de modo formar uma laguna e a faixa de areia da praia do Flamengo que, a seguir, foi aterrada. O plano original previa a construção de pistas expressas entre o Centro e a Zona Sul da cidade. Porém a ideia de se criar um grande parque na área, junto às pistas de rolamento, é atribuída à paisagista Carlota de Macedo Soares, amiga do governador do estado da Guanabara Carlos Lacerda. Com projeto paisagístico de Roberto Burle Marx, o novo parque foi destinado a atividades esportivas, recebendo quadras de futebol, tênis, vôlei, basquete e pistas de aeromodelismo e de modelismo naval; destacam-se os campos de futebol no trecho inicial da Praia do Flamengo, criados por iniciativa de Raphael de Almeida Magalhães, outro colaborador de Lacerda.
O projeto do Parque Brigadeiro Eduardo Gomes incorporou a Praça Cuauhtémoc e os entornos do Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial e do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; foi seguido no Trevo Edson Luís, na Marina da Glória (inaugurada em 1982) e na Praia de Botafogo. Também foram construídos, no parque: o Museu Carmen Miranda; o Pavilhão Japonês, um prédio em estilo modernista inspirado na arquitetura japonesa e que é, atualmente, ocupado pela administração do parque; um teatro de marionetes; um anfiteatro e um coreto. Todos os equipamentos do parque foram projetados pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy. Nos anos 1970, o parque foi batizado com o nome do brigadeiro Eduardo Gomes, herói de guerra e político brasileiro.
![](http://chped.net/https/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e5/Marina_da_Gl%C3%B3ria_8.jpg/220px-Marina_da_Gl%C3%B3ria_8.jpg)
![](http://chped.net/https/upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d2/Pracinhas-CCBY.jpg/220px-Pracinhas-CCBY.jpg)
Em 1989, nas comemorações do bicentenário da Revolução Francesa, foi erguida, no parque, uma réplica temporária da Torre Eiffel (apelidada de Torre do Patrimônio), considerada uma das maiores já construídas e que serviu de palco para concertos e apresentações de baile. Em 1992, o parque foi a sede do Fórum Global, que foi a seção de exposições e debates da Eco-92.
Desde 2002, é realizado, todo ano, por volta do mês de agosto, ao lado do Pavilhão Japonês do parque, o Festival do Japão, um festival de cultura japonesa. No início do século XXI, foram construídos vários postos salva-vidas com chuveiro e banheiro ao longo da Praia do Flamengo. Em junho de 2012, o parque abrigou a "Cúpula dos Povos", evento que reuniu várias organizações e que aconteceu paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.[3]
Atrações[editar | editar código-fonte]
A característica mais marcante do Parque Eduardo Gomes é a diversidade de sua flora, formada, principalmente, por espécies nativas selecionadas por Burle Marx. A riqueza vegetal atrai muitas aves. Para a travessia dos banhistas em direção à Praia do Flamengo, foram construídas passarelas com curvaturas suaves sobre as pistas expressas e passagens subterrâneas sob as mesmas. As pistas são fechadas ao tráfego nos domingos e feriados das sete às dezoito horas para permitir seu uso pelos frequentadores do parque. Ocasionalmente, as pistas são usadas para competições de atletismo e ciclismo. O local também é usado ocasionalmente para shows de grande público. Diante da oposição dos vizinhos, que temem a incapacidade dos transportes e a depredação do parque, esses eventos têm se tornado menos frequentes.
Referências
- ↑ Alem, Adriano (Novembro de 2007). «Breve relato sobre a Formação das Divisões Administrativas na Cidade do Rio de Janeiro» (PDF). Arquivo da Internet. Consultado em 7 de maio de 2015
- ↑ Parque do Flamengo: instrumento de planificação e resistência, por Ana Rosa de Oliveira. Arquitextos, São Paulo, 07.079, Vitruvius, dezembro de 2006.
- ↑ «Documento final da Cúpula dos Povos indica "fracasso" da Rio+20 e propõe dia mundial de greve». noticias.uol.com.br. Consultado em 18 de abril de 2023
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Media relacionados com Aterro do Flamengo no Wikimedia Commons
- Locais de competição dos Jogos Pan-Americanos de 2007
- Atrações turísticas da cidade do Rio de Janeiro
- Projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx
- Parques do Rio de Janeiro (cidade)
- Construções desportivas do Brasil
- Flamengo (bairro do Rio de Janeiro)
- Patrimônio tombado pelo IPHAN no Rio de Janeiro
- Arquitetura do Brasil do século XX