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Ademilde Fonseca

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Ademilde Fonseca
Ademilde Fonseca
Informação geral
Também conhecido(a) como Rainha do Choro
Nascimento 4 de março de 1921
Origem São Gonçalo do Amarante, Rio Grande do Norte
País  Brasil
Gênero(s) Choro
Samba
Forró
Instrumento(s) voz
Período em atividade 1942 — 2012
Afiliação(ões) As Eternas Cantoras do Rádio

Ademilde Fonseca Delfino (São Gonçalo do Amarante, 4 de março de 1921Rio de Janeiro, 27 de março de 2012), mais conhecida como Ademilde Fonseca, foi uma cantora brasileira. Suas interpretações a consagraram como a maior intérprete do choro cantado, sendo considerada a "Rainha do choro".[1][2] Trabalhou por mais de dez anos na TV Tupi e seus discos renderam mais de meio milhão de cópias. Além de fazer sucesso em terras nacionais, regravou grandes sucessos internacionais e se apresentou em outros países.[3]

História[editar | editar código-fonte]

Aos 19 anos, Ademilde se casou em Natal com o violonista Naldimar Gedeão Delfim. Juntos, formaram um grupo mambembe de teatro e música. Para escapar das poucas oportunidades de trabalho na região, a família mudou-se para o Rio de Janeiro em 1940. Assim que chegou na capital ela não perdeu tempo e tratou de fazer uma visita à Rádio Clube do Brasil, na qual foi apresentada a Gastão do Rêgo Monteiro, locutor-chefe da emissora. Ele então apresentou-a Benedito Lacerda, e ele apresentou-a Braguinha.[4]

Em 1942, após a morte de Zequinha de Abreu, a Ademilde Fonseca incentivada por esses mestres foi aos estúdios da gravadora Columbia, na época dirigida por João de Barro (o Braguinha), e fez a sua primeira gravação Tico-tico no Fubá, com letra de Eurico Barreiros, o primeiro a colocar letra na canção.[5] Após o Tico-tico no Fubá sucesso com ela criou vínculo com o choro que era tão forte que os autores começaram a criar suas composições pensando nela. Quando os choros instrumentais eram transformados em canções, as letras eram escritas especialmente para ela interpretar. Essa harmonia perfeita era evidente em tudo.[6]

Em 1944 conseguiu um contrato com a Rádio Tupi, no Rio de Janeiro; Em 1945 interpretou a polca Rato, Rato, que é considerada um clássico do gênero choro e lhe rendeu o título de Rainha do Choro.[7]

Na década de 1970, o choro ressurgiu, em parte como um símbolo de resistência cultural frente a ditadura. Ademilde passou a fazer apresentações, inclusive em locais simbólicos como o Teatro de Arena. Nessa fase ela recebeu composições de uma nova geração de músicos, como Paulinho da Viola, Martinho da Vila e a dupla João Bosco e Aldir Blanc. Em sua homenagem, esta última compôs Títulos de Nobreza (Ademilde no Choro), uma canção gravada por Ademilde em 1975.[8]

Faleceu no Rio de Janeiro aos 91 anos,[9] e foi sepultada no Cemitério de São João Batista.[10]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Ademilde Fonseca (1959).
  • 1942 Tico-Tico no Fubá/Volte pro morro Columbia
  • 1942 Altiva América/Racionamento Columbia
  • 1942 Apanhei-te cavaquinho/Urubu malandro Columbia
  • 1944 Brinque a vontade!…/Os narigudos Continental
  • 1944 Dinorá/É de amargar Continental
  • 1945 O que vier eu traço/Xem-em-ém Continental
  • 1945 Rato, rato/História difícil Continental
  • 1946 Estava quase adormecendo/Sonoroso Continental
  • 1948 Vou me acabar/Sonhando Continental
  • 1950 João Paulino/Adeus, vou-me embora Continental
  • 1950 Brasileirinho/Teco-teco Continental
  • 1950 Molengo/Derrubando violões Todamérica
  • 1950 Vão me condenar/Não acredito Todamérica
  • 1951 Delicado/Arrasta-pé Todamérica
  • 1951 Galo garnizé/Pedacinhos do céu Todamérica
  • 1951 Meu senhor/Minha frigideira Todamérica
  • 1952 Só você/Baião em Cuba Todamérica
  • 1952 Gato, gato/Doce melodia Todamérica
  • 1952 Sentenciado/Liberdade Todamérica
  • 1953 Vaidoso/Turista Todamérica
  • 1953 Meu Cariri/Se amar é bom Todamérica
  • 1953 Papel queimado/Sapatinhos Todamérica
  • 1953 Uma casa brasileira/Se Deus quiser Todamérica
  • 1954 Pinicadinho/Tem 20 centavos aí? Todamérica
  • 1954 Qué pr'ocê?/Mar sereno Todamérica
  • 1954 Dono de ninguém/Neste passo Todamérica
  • 1954 A hora é essa/Amei demais Todamérica
  • 1955 Rio antigo/Saliente Todamérica
  • 1955 Saudades do rio/Dó-ré-mi-fá Todamérica
  • 1955 Polichinelo/Na vara do trombone Odeon
  • 1956 Xote do Totó/Acariciando Odeon
  • 1956 A situação/Procurando você Odeon
  • 1957 Teia de aranha/Té amanhã Odeon
  • 1957 Falsa impressão/Telhado de vidro Odeon
  • 1958 Eu vou na onda Odeon
  • 1958 Rainha do mar/Cortina do meu lar Odeon
  • 1958 À La Miranda Odeon LP
  • 1959 Na Baixa do Sapateiro/Io (Eu) Odeon
  • 1959 Voz + Ritmo = Ademilde Fonseca Philips
  • 1960 Tá vendo só/Indiferença Philips
  • 1960 Choros Famosos Philips
  • 1961 De apito na boca/É o que ela quer Philips
  • 1961 Boato/Que falem de mim Philips
  • 1962 Pé de meia/Quem resolve é a mulher Philips
  • 1963 Marcha do pinica/"Tô" de bobeira Marcobira
  • 1964 Esquece de mim/Carnaval na lua Serenata
  • 1975 Ademilde Fonseca Top Tape
  • 1976 Série Ídolos MPB Nº 14 Ademilde Fonseca
  • 1977 A Rainha Ademilde & seus chorões maravilhosos MIS/Copacabana
  • 1997 A Rainha do Choro
  • 1998 Ademilde Fonseca Vol. 2
  • 2000 As Eternas Cantoras do Rádio Carmélia Alves, Violeta Cavalcanti, Ademilde Fonseca e Ellen de Lima Leblon Recors
  • 2000 A Música Brasileira deste século por seus autores e intérpretes Ademilde Fonseca
  • 2000 Vê se gostas Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Ademilde Fonseca
  • 2000 Chorinhos e Chorões Vol. 2
  • 2000 Ademilde Fonseca 20 Selecionadas
  • 2001 Café Brasil Conjunto Época de Ouro, Paulinho da Viola, Ademilde Fonseca e outros Teldec

Referências

  1. Ademilde Fonseca Acessado em 20 de Agosto de 2008
  2. Aguiar, Ronaldo Conde (2010). As divas do Rádio Nacional: as vozes eternas da era de ouro. Col: Série de luxo. Rio de Janeiro: Casa da Palavra. OCLC 695282294 
  3. A Arte de Chorar Cantando - Ademilde Fonseca[ligação inativa] Acessado em 20 de Agosto de 2008
  4. «A Arte de Chorar Cantando – Ademilde Fonseca». Brasil Cultura. Consultado em 6 de maio de 2024 
  5. «Conheça a ideia que originou a música "Tico-tico no Fubá", famosa na voz de Carmen Miranda». Nova Brasil FM. Consultado em 6 de maio de 2024 
  6. «Ademilde Fonseca – Os 100 anos mais rápidos do canto popular brasileiro». Jornal USP. Consultado em 6 de maio de 2024 
  7. «Ademilde Fonseca». Clique Music. Consultado em 6 de maio de 2024 
  8. «Ademilde Fonseca – Os 100 anos mais rápidos do canto popular brasileiro». Jornal USP. Consultado em 6 de maio de 2024 
  9. Ademilde Fonseca - Dados Artísticos[ligação inativa] Acessado em 20 de Agosto de 2008
  10. «Morre aos 91 anos a cantora Ademilde Fonseca». O Globo. 28 de março de 2012. Consultado em 4 de março de 2021 

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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